A primeira etapa do projeto "Corpo e Arte: Ressignificando os espaços da escola", desenvolvido pelos alunos do Integral (Educação Infantil e Fundamental 1), trouxe novos olhares para as obras de José Bechara e envolveu estudantes de todos os cursos do Liceu Santista. Desta vez, a proposta escolhida para aproximar o público escolar da arte foram os coloridos recortes e sobreposições, inspirados em quadros e esculturas de Beatriz Milhazes, que encheram o palco da Educação Infantil de alegria.

Por meio da pintura de flores, arabescos, alvos e diversas formas geométricas, a artista se vale das cores fortes e da delicadeza dos traços para produzir suas obras. Nas colagens, sobrepõe materiais como papel de bala e sacolas de compras para criar uma "harmonia de excessos". Também cria esculturas em cascata, que vão até o chão para que não sejam caracterizadas como móbiles, utilizando flores de poliéster, hastes de aço e muitas esferas.

Produção coletiva

Após observarem imagens de obras de Milhazes e de outros artistas, as crianças procuraram peculiaridades para darem início à produção coletiva. No parque e no palquinho, uma festa de cores que enche os olhos. Bolinhas autoadesivas, papéis de balas, chocolates, fitas, tecidos, argolas, tampinhas, elásticos coloridos... tudo isso para fazer arte.

"Arte para as crianças é ação, ou seja, aproxima-se muito de outra linguagem própria da infância: o brincar. Por isso, pensamos em uma sequência de atividades que relaciona brincadeira, movimento e arte, nos diversos lugares da escola", explica a coordenadora do Período Integral, Marcelly Menezes Aide, responsável pela realização do projeto. Para ela, o planejamento e uso de espaços modificados e a ressignificação do corpo enquanto brincam favorecem as propostas de arte em termos de criação e exploração.