Alunos do 6º ano EF discutem Fake News


A internet é um espaço rico em conhecimento, mas também um campo fértil para a desinformação. A popularização das redes sociais, em especial, intensificou a produção e a divulgação das chamadas fake news.

Como a escola é um espaço onde se fomenta o pensamento crítico dos alunos em relação às mais diversas mídias, uma atividade realizada pela jornalista e professora Janaína Pereira da Silva com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental teve o intuito de abrir um espaço de discussão sobre a importância do letramento midiático, ou seja, as habilidades que envolvem acessar, analisar, avaliar e criar conteúdos na internet.

Para medir a familiaridade que os liceístas desta faixa etária tinham com termos recorrentes na web, Janaína valeu-se de uma brincadeira bastante popular: o jogo da velha. Em cada uma das casas, colocou um vocábulo para que eles, em grupo, o identificassem: Fake news, cookies, deep fake, bait, troll, fonte segura, algoritmo, boato e bolha virtual.

Educação Midiática

A experiência com os alunos do 6º ano comprovou a relação deles com os termos, mas a jornalista ressalta que ainda falta traquejo para saber utilizá-los, uma vez que sabem explicar o que significa, mas não conseguem dar exemplos. “É marcante a necessidade que eles têm de se informar melhor, de entender o que estão consumindo. As dúvidas que eles levantam ressaltam a importância de trabalhar isso em sala de aula. Isso é Educação Midiática.”

Ao compreenderem o significado de cada uma delas, os alunos começam a perceber melhor as “armadilhas” espalhadas na internet. Segundo a professora, quando eles entendem como funciona a rede, deixam de ser passivos, de agir sem pensar. Conteúdos falsos trabalham com a emoção. Se passarem a agir com critérios, vão usar menos a emoção, vão usar a internet com menos raiva, porque entendem o intuito daquela mensagem.

“No ambiente escolar, todos podem aprender a pensar dessa maneira, pois, ao aumentarmos o senso crítico dos alunos, eles deixarão de reagir espontaneamente a mensagens de ódio, que é o que mais importa no momento.”

Significados

Muitos dos termos escolhidos por Janaína são utilizados no dia a dia da internet. Quem já ouviu falar deles, podem testar se conhecem todos os significados.

Fake News – “Notícia falsa” é um termo/tradução incorreto, uma vez que, se é falso, não pode ser notícia e sim boato. Desinformação divulgada principalmente nas redes sociais, pois esse conteúdo irreal apela para o emocional do leitor/espectador. Não compartilhe sem antes checar em uma fonte segura.

Cookies – são arquivos de internet que armazenam temporariamente o que a pessoa acessa na rede. Eles podem registrar endereços de email, preferências de pesquisa no Google, a cidade onde o internauta está conectado.

Deep fake – é uma tecnologia que utiliza inteligência artificial para criar vídeos falsos, mas realistas, de pessoas fazendo coisas que elas nunca fizeram na vida real.

Click Bait – é todo conteúdo (texto, vídeo ou imagem) criado apenas para servir como isca de cliques.

Troll – é um usuário que provoca e enfurece as outras pessoas envolvidas em uma discussão sobre determinado assunto, desestabilizando-as com comentários injustos e ignorantes.

Fonte segura – é uma expressão popular para dizer que uma informação é confiável, porque a pessoa que contou tem credibilidade por algum motivo.

Algoritmo – é uma sequência de raciocínios, instruções ou operações que define o que será exibido no feed de notícias de cada usuário.

Boato – é uma informação que corre publicamente, de boca em boca, sem procedência conhecida e sem veracidade confirmada. Não é notícia.

Bolha virtual – mecanismo robótico que limita que nos limita a ver apenas as informações que alguém / algo julga que seja de meu interesse.