Alunos do 7º ano EF visitam o Museu do Café


Instalado em um prédio de estilo eclético que reúne tradição, arquitetura e história, o Museu do Café – localizado na Bolsa Oficial do Café no Centro Histórico de Santos – resgata a importância do principal produto brasileiro de exportação no final do século 19. A experiência de visitar o espaço, inaugurado em 1998, foi bastante aproveitada pelos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, que, além de apreciarem as obras de arte e mobiliário de época, também aprenderam sobre o ciclo do café, desde o cultivo do grão até a sua consolidação como um dos símbolos nacionais.

Por mais de duas décadas, a Bolsa Oficial de Café foi um dos principais centros de negociações de café do mundo. Na década de 1950, os pregões foram transferidos para São Paulo e, 20 anos depois, o prédio foi abandonado e ficou fechado até 1998, quando reabriu, após ampla restauração, agora como Museu do Café.

Entre os destaques do museu, a Sala do Pregão chamou a atenção dos estudantes por ser o local onde eram realizadas as negociações que fixavam as cotações diárias das sacas de café. O espaço mantém as 81 cadeiras e mesas em embuia sobre um estrado de jacarandá. A disposição do mobiliário, em estilo art noveau, representava a hierarquia da antiga bolsa. As 11 cadeiras principais eram destinadas ao presidente (ao centro) e aos secretários (ao lado). As outras 70 ficavam ao redor para serem ocupadas pelos corretores. Produtores e exportadores assistiam às sessões no mezanino. Os pregões foram realizados até 1950.

Benedito Calixto

Na Sala de Pregões, os liceístas observaram uma clarabóia com vitral de Benedito Calixto, representando as riquezas do Brasil Colônia, Império e República, a lenda de Anhangüera, Brás Cubas (fundador da Cidade) e bandeirantes como Fernão Dias e Raposo Tavares.

Também pintados por Calixto, os painéis “A fundação da Vila de Santos em 1545”, “Porto de Santos em 1822 – Visto da Ilha de Braz Cubas” e “Porto de Santos em 1922 – Visto do Morro Pacheco”, produzido em 1922 para ornamentar o espaço mais nobre do Edifício da Bolsa Oficial de Café, onde aconteceriam negociações para definir as cotações diárias das sacas do produto.

A famosa torre do relógio, que mede cerca de 40 metros (o dobro da altura do prédio), possui quatro esculturas que simbolizam a agricultura, comércio, indústria e os navegantes. Responsável pela convocação para as sessões do pregão, o relógio suíço alterou a rotina da população, que antes contava com os sinos das igrejas para referência de tempo.

Exposição permanente

A exposição “Café, patrimônio cultural do Brasil: ciência, história e arte” mostra a construção de um país que buscou o conhecimento científico, a inovação tecnológica e uma nova relação política e econômica com o mundo. O café propiciou a abertura de ferrovias, a modernização de portos, a mudança nas relações de trabalho, geração de riquezas e novos hábitos.

Dividida em quatro módulos, oferece aos visitantes uma visão geral de uma das maiores riquezas brasileiras. O primeiro deles ,”Da planta à xícara”, conta com uma estufa de café e objetos do acervo; o segundo conta a história do café em uma linha do tempo. “A praça de Santos” é retratada no terceiro módulo e “Artes e ofícios”traz como foco o edifício da Bolsa Oficial de Café e sua arquitetura.