Mesmo sem aulas, escola lembra o Domingo de Ramos


Enquanto não houver segurança para a retomada da rotina cotidiana, o prédio do Liceu Santista permanecerá fechado e seu corpo docente, discente e administrativo estudando e trabalhando de casa. Mas isso não significa que a lembrança e a reflexão do Domingo de Ramos não aconteçam. Na entrada da escola foram colocados galhos verdes; na capela Dom Bosco, o manto que cobre o altar na cor vermelha, que simboliza o fogo da caridade e é usado, entre outras, nas celebrações da Paixão do Senhor.

Os Ritos da Semana Santa tiveram início em 5 de abril, Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Com a impossibilidade de assistir às celebrações nas igrejas, os fiéis foram convidados a colocar nas janelas, nas portas, nos muros de suas casas os ramos que simbolizam a entrada triunfante de Jesus, exaltando-o como Rei.

“Como estamos impossibilitados de participar da eucaristia presencial, devemos, como família, fazer nesse dia e em todos os outros as nossas eucaristias espirituais e acompanharmos as celebrações pelas TVs católicas e pelas redes sociais das suas comunidades”, informa o coordenador de Pastoral, Sérgio Pereira Nogueira Júnior.

Papa Francisco

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a missa do Domingo de Ramos foi celebrada pelo Papa Francisco na Basília de São Pedro, no Vaticano, sem a participação de fiéis. Em sua homilia, o Santo Padre questiona o que se pode fazer vendo Deus que nos serviu experimentar a traição e o abandono. “Podemos não trair aquilo para que fomos criados, nem abandonar o que conta”, diz ele.

E completa: “Estamos no mundo, para amar a Ele e aos outros: o resto passa, isto permanece. O drama que estamos a atravessar impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor. (…) Procuremos contactar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer.”

Humildade

Jesus chegou a Jerusalém montado em um jumento (considerado um animal de paz, ao contrário do cavalo, que seria um animal de guerra) e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor” (Lc 13,31-35). As pessoas lançavam seus mantos à Sua frente, assim como pequenos ramos de árvores. A multidão que aplaudiu a chegada de Jesus a Jerusalém não é a mesma que exigiu sua crucificação.

O Papa Emérito Bento XVI explica em seu livro “Jesus de Nazaré: Da entrada em Jerusalém até a Ressurreição” que os três Evangelhos sinóticos, assim como o de São João, mostram claramente que aqueles que receberam Jesus na sua entrada em Jerusalém não eram seus habitantes, mas as multidões que acompanhavam Jesus e entraram na Cidade Santa com Ele.

Na passagem depois do Hosana dirigido a Jesus há o relato de Mateus: “E entrando em Jerusalém, a cidade inteira agitou-se e dizia: ‘Quem é este?’. A isso as multidões respondiam: ‘Este é o profeta Jesus, o de Nazaré de Galileia’” (Mt 21, 10-11).