Projeto “Nossas Emoções” traz reflexões para alunos do integral


O projeto “Nossas Emoções”, que durante a quarentena está sendo desenvolvido quinzenalmente pela psicóloga Flávia Gonzalez com alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, período integral, também continua trazendo reflexões importantes para as crianças e suas famílias nesse período de distanciamento social. Três livros pra lá de especiais foram inspiração para as atividades: “A menina e seus pontinhos”, de Silmara Rascalha Casadei, “Tenho monstros na barriga” e “Tenho mais monstros na barriga”, ambos de Tonia Casarin.

O primeiro aborda a descoberta dos sentimentos por uma menina que tinha um problema sempre que olhava para o próprio coração. Ela dizia que vez ou outra apareciam uns pontinhos que não conseguia entender; em alguns momentos a deixavam triste, em outros com medo ou mesmo esquisita.

A história perpassa a amizade entre essa menininha e um idoso. É esse novo amigo que a ajuda a compreender o papel dos pontinhos em sua vida. De forma lúdica, “A menina e seus pontinhos” estimula a criança a procurar ajuda dos adultos para falar de seus problemas e entender que a vida é feita de encontros e desencontros. Uma história de amizade, memórias e respeito à própria identidade.

O livro foi usado para trabalhar a questão das emoções, de poder conversar sobre elas com alguém, enfatizando o momento que estamos vivendo, como está o coração durante esse período de distanciamento social, o que mudou, que emoções estão sendo experienciadas e se é bom ou ruim senti-las.

Coração

Os alunos foram convidados a expressar que emoções preenchiam seus corações durante esse período de distanciamento social. A “alegria” estava lá, assim como alguns jogos de videogame.

“Falar de emoções nem sempre é fácil, mas prestar atenção no que sentimos e pensamos é muito importante. Após a contação da história, por meio de um momento de reflexão, algumas crianças trouxeram o fato de poderem almoçar e jantar com os pais – o que nem sempre era possível – e isso os deixa muito felizes. Comentaram também sobre a saudade dos colegas e do ambiente escolar, o medo de alguém da família ficar doente. Falar sobre isso, sobre esses ‘pontinhos’, criando uma relação com a história contada, faz com que as crianças elaborem melhor tudo o que estamos vivendo”, explica a psicóloga.

Entendendo as emoções

Os livros “Tenho monstros na barriga” e “Tenho mais monstros na barriga” ajudam também as crianças a reconhecerem e a entenderem melhor suas emoções, processo importante para o desenvolvimento de competências socioemocionais.

O personagem Marcelo relata sentir um monte de “coisas” desconhecidas em sua barriga. Essas “coisas” são, na verdade, emoções como a alegria, tristeza, raiva, medo, coragem, curiosidade, orgulho e ciúme…, que ele chamava de “monstrinhos”. Após descobri-las, explorá-las e entendê-las, passa a lidar melhor com cada uma delas quando voltam a aparecer.