Quando a diretoria é o local mais legal para alguns alunos

Uma atividade corriqueira do livro solicitava que os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental escolhessem o ambiente escolar que eles mais gostavam. Entre as opções, sala de aula, biblioteca, sala de informática, pátio, quadra de esportes, diretoria, cantina e laboratório de Ciências. Será que alguém escolheria a diretoria? A resposta é… sim.

Os alunos Enzo Jorge R.P. Gomes e Rafaela Salies L. Marson indicaram a diretoria, ainda que não conhecessem pessoalmente esse espaço físico. Então, o que os motivou a fazer essa escolha? Resposta simples de criança: não conhecem a diretoria, mas conhecem a diretora Cláudia Cristina Santiago. Nas respostas no livro, os liceístas a definiram como “educada” e “muito legal”, respectivamente. Para eles isso era importante, daí a escolha.

Rafaela estuda no Liceu Santista desde o Grupo 2, da Educação Infantil; Enzo, desde o Grupo 5. Então, pela primeira vez desde chegaram à escola, eles foram para a diretoria. Após um convite surpresa em um dia normal de aula, descobriram como chegar até lá.
As crianças foram recebidas pela diretora Cláudia Cristina e finalmente conheceram o seu local de trabalho. Tiveram a oportunidade de conversar com ela, olhar a sala, saber de sua rotina na escola.

Para o Enzo, ela “é legal e tem uma educação que é de nível máximo”. Opinião compartilhada pela Rafaela, que diz se encontrar com a diretora pela escola e até passeando no shopping. “Ela é calma, não briga nunca com as pessoas.”

Saíram sorridentes e prometendo voltar, mas apenas como visitantes. Eles sabem que a diretoria não é um lugar de levar bronca nem tampouco precisam ter receio de ir até lá. As portas estão abertas e Enzo acerta ao definir que “o Liceu é a nossa casa escolar”.

E como ficou a diretora Cláudia?

“Para um gestor escolar é muito importante entender como os alunos percebem e conceituam a instituição de ensino da qual eles fazem parte. Por este motivo valorizo o que chamo Café com a Diretora – encontros com os representantes de classe do qual tenho a oportunidade de conversar e entender qual o sentido da instituição sob a ótica dos sujeitos participantes, pois a escola não se resume a um espaço físico. É, acima de tudo, um lugar de convivência.

O Liceu Santista tem uma infraestrutura maravilhosa, mas também um olhar cuidadoso com seus alunos. E confesso que fiquei muito feliz com a percepção destes alunos, que poderiam escolher, entre tantas alternativas, como instalações físicas e materiais, e optaram pela diretoria.

Isso é lindo demais! Eles percebem que a escola, além de ser um lugar destinado aos estudos, também é um espaço de relações: para o encontro, a troca, a conversa. E valorizam a amorosidade destes encontros. O papel da diretora deve ser assertivo e muitas vezes rigoroso, mas jamais ríspido ou desrespeitoso. Por este motivo penso que foi colocado que a diretora nunca briga, pois acredito que a orientação e a reflexão com os alunos sobre os seus atos surtem mais efeito do que numa simples bronca, pois quando um aluno tem uma relação afetiva positiva com a escola o crescimento e a aprendizagem são de todos. Afinal, afetivo e cognitivo são inseparáveis! “